terça-feira, 6 de outubro de 2009

Petróleo, diamantes e musseques

A agência Habitat, das Nações Unidas, divulgou ontem o relatório "Planejando Cidades Sustentáveis", no qual sustenta que 200 mil pessoas no mundo deixam o campo todos os dias para viver em cidades - que obviamente não estão preparadas para recebê-las. O resultado disso é o crescimento assustador do número de pessoas a viver em moradias precárias - as favelas brasileiras, os musseques angolanos.

Em África estão os cinco países com os maiores percentuais mundiais de habitantes vivendo nessas condições. Serra Leoa, onde 97% da população é favelada, lidera o ranking.

Angola, o segundo maior produtor de petróleo de África, o terceiro maior produtor de diamantes do mundo, ocupa o 4o lugar da lista: 86,5% da população vive em musseques.

Antes que saiam já a criticar o brasileiro, de que só fala mal de Angola e esquece os seu país, coisas que cansei de ler por aqui: no Brasil, 29% da população é favelada. O que não é nenhum alívio, já que em números absolutos dá pouco mais de 55 milhões de pessoas - o equivalente a mais de quatro vezes a população total de Angola.

2 comentários:

fernando baião disse...

Crítica objectiva e construtiva é sempre bem vinda, mesmo que venha da Conchinchina. Eu até penso que a estatistica da Habitat, está errada, em relação a Angola. Luanda é quase toda ela, actualmente, um museke, já não são só os bairros periféricos de areia vermelha, mesmo bairros no asfalto, já estão degradados, até o Bairro de Alvalade, antes muito chique, hoje está um chiqueiro. Ficamos todos contentes por Luanda ter mais uns tantos prédios novos, mas, e o resto, tá embora como então?

Glauco Luckmann disse...

É verdade. Concordo com sua colocação, apesar de desconhecer a realidade de Angola.
O brasileiro realmente tem mania de falar do alheio, sem reparar no próprio umbigo. Infelizmente, somos assim. Até mesmo xenofobistas, é verdade, além de extremamente preconceituosos à tudo: cor, raça, nacionalidade e até mesmo contra nossos patrícios que vêm de outros estados.
E acabamos esquecendo que no fundo, no fundo, todos nós viemos da África...