segunda-feira, 17 de maio de 2010

Para o X: O padeiro que me queria criar

Algures na província do Kunene, em viagem profissional, paro para comprar pão. A cerca de 100km da cidade de Ondjiva, era o melhor pão da região, dizia o meu colega que vive lá. Entramos na padaria. Cá fora, um dos padeiros, velhote, conversava com uma garota. Falavam sobre mim e, nós ouvimos. Deliciados.
Padeiro: Não tenho dinheiro para criar uma branca destas.
Garota: Pois não.
Padeiro: Uma branca destas fica cara. E como é linda. Mas eu não tenho dinheiro para a criar.
Garota: Xé, cala a boca. Não vê que ela está acompanhada pelo marido?
Padeiro: Não é marido. É pai.
Tudo isto, sem qualquer pudor. Sem medo de ser ouvido. Com a ingenuidade característica de Angolano da província. Cá fora, ainda conversamos um pouco. Ele pergunta-me o nome e diz que tem um filho com o mesmo nome. Fiquei na dúvida. Que queria mesmo dizer ele com "criar"?

4 comentários:

Afonso Loureiro disse...

Dizia a minha Mãe negra que as pretinhas gostam muito dos brancos. Afinal, parece que eles também gostam muito das brancas.

Menina de Angola disse...

kkk menina de certo que não lhe queria ser o pai, rs

X disse...

Migas, quanta inveja de ti,
Já eu, alto, com porte, cabelos pretos e pele de porcelana nunca encontrei quem mo quisesse criar, ahaaha, Continue no próximo post suas narrativas pelo Kunene (aí o Brasil vem abaixo de risos nessa hora), faz favor.
X

Migas disse...

Será Afonso? :o)

Menina, pois, também me parece que não precisava de mais filhos mas talvez este termo tenha um significado mais além, que desconheço por completo... Em que posição ficaria, no meio das mulheres lá de casa? 1ª, 2ª, 3ª?

X. do comentário só retive uma palavra: alto. Do Kunene, é só esta. Foi visita curta!

Beijos!