segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sobre as saudades do X. - que são a de toda a gente

A próposito do pedido do X. para que cá voltemos todos a escrever como se fazia no antigamente, preciso deixar uma resposta pública.

Eu, uma praia no Kwanza Sul, o pôr do sol
de Angola: saudades que nunca acabam


X., meu kamba, como sabes bem, não há dia em que eu não pense em Luanda, ou não me recorde com saudades da vida que lá tinha, tão breve e tão intensa.

Talvez sejam mesmo essas saudades mal curadas que me impeçam de voltar a escrever, aqui ou em qualquer outro lugar... Depois de Luanda, nunca mais tive blog (e aí está a tentativa da Casa da Garoa para atestar esse fracasso).

Fico feliz com os encontros que tivestes com o Agualusa e o Ondjaki, escritores que tanto admiro. Do Agualusa já li quase tudo o que publicou, (o 'Barroco Tropical', que devorei no início do ano, é LITERATURA da melhora qualidade, não só angolana, mas internacional); à prosa do Ondjaki, tão marcada pelo ritmo e gírias de Luanda, recorro sempre que me apertam as saudades do sotaque da capital. Se ainda não o conheces, não demora mais. Recomendo-te, para iniciar-te, 'Bom dia Camaradas'. Vais ficar encantado com a narrativa do miúdo que nos guia por suas aventuras de criança por uma Luanda pré-capitalista.

Queria ter a tua força para continuar a viver Angola, amigo X., mesmo estando tão longe de lá. ,

Kandandu forte do amigo.

F.

P.S. - Por fim, gostava imenso de receber a carta da Ju, se não for algo muito pessoal. Nem sabia que andava ela por Angola de novo... Inveja.

Um comentário:

Migas disse...

:o) Gostei particularmente da parte do "meu kamba". Beijos para vocês (F. e P.)! E para os restantes meninos e meninas: X., Flávia, João...